O ELEFANTE SEM TROMBA
Um elefante tinha o péssimo costume de botar a tromba onde não era chamado: não podia ver um buraco no chão, numa árvore, numa pedra que já ia colocando ali a sua tromba.
Os bichos já estavam revoltados com essa atitude do elefante porque além do mais, ele era um grande fofoqueiro e um palpiteiro de primeira. Fazia fofocas sobre todos os bichos:
provocou uma briga entre a onça e o macaco dizendo que a onça tinha dito que iria lhe arrancar a pele.
Causou uma briga entre o gambá e a raposa dizendo que a raposa tinha dito que ela era prima dele, mas que não suportava o seu cheiro.
Conseguiu romper a velha amizade do galo com a lebre dizendo que o galo tinha dito que por causa dela logo passariam fome, porque ela só arrumava filhos.
Causou um grande bate-boca entre o lobo e os coiotes dizendo que eles não caçavam e viviam às custas dele.
Os animais decidiram fazer uma assembléia para resolver de uma vez por todas o problema.
Arquitetaram um plano que acabaria de uma vez com o feio costume do elefante e as formigas foram escolhidas para realizá-lo.
Certo dia, ao passar pelo formigueiro, o elefante ouviu um grande tumulto.
Curioso como ele só, colocou a sua tromba no buraco do formigueiro e as formigas passaram a picá-la sem dó.
O elefante desesperado e urrando de dor, tentava tirar a tromba do buraco, mas como a união faz a força, as formigas, num grande esforço coletivo, puxavam-na cada vez mais para dentro.
Puxa daqui, repuxa dali, pica daqui, belisca dali e PUM!
Lá se foi a tromba!
Ilustrações
Francisco Carlos Bronze
Arte Final
Mara Regina Ferro & Siomara Regina Segolin
Colaboração
Márcia Regina Lopes
Dedicatórias
Para Dane, Ju e Binho com todo o meu amor. (Wal)
Para Cibele, que sempre me incentivou, com carinho. (Chico)
"Mas se tirarmos a tromba a um elefante, nem por isso deixa ele de ser um elefante..." (Rubem Braga, 1948)
0 comentários:
Postar um comentário